Com a vitória de Dilma Rousseff no 2º turno, preparamo-nos para entrar numa nova fase da história política do Brasil. Numa fase que esperamos seja nova não apenas porque pela primeira vez teremos uma mulher na presidência da República, mas porque há várias coisas no governo atual que precisam ser mudadas.
Esperamos que, em 2011, se instaure um governo que seja novo no relacionamento com a imprensa, sem as ameaças de censura ou de sanções que marcaram o governo Lula. É fácil de entender que críticas persistentes de um grande jornal ou revista incomodem, mas, como disse Dilma Rousseff mais de uma vez, é preferível a voz das críticas ao silêncio dos calabouços das ditaduras.
Esperamos um governo que restaure a dignidade do cargo de presidente da República, usado abertamente por Lula como palanque eleitoral, fazendo campanha em favor de sua candidata todos os dias e onde quer que estivesse, a ponto de despertar a indignação até mesmo de petistas históricos, como Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT.
Esperamos também que haja menos – muito menos – condescendência para com os corruptos, tenham eles a cor partidária que tiverem, punindo as práticas criminosas existentes em todos os escalões da administração federal. E que acabe a condescendência também com falsos movimentos sociais, como o MST, que há muito abandonaram seus objetivos, adotando métodos de ação que não há como aprovar.
Economistas de diversos setores vêm sistematicamente apontando o pernicioso exagero nos gastos públicos, sem que nada seja feito para contê-los. Que a nova presidente ponha um fim nisso também.
Por fim, que nossa diplomacia recupere a imagem de seriedade que sempre teve antes deste governo. Que nossa presidente saiba defender os interesses brasileiros de modo firme e altivo, que saiba manter relações econômicas com todos os governos, mas que se abstenha de gestos de amizade calorosa, de carinho e afeto pessoal com líderes claramente comprometidos com tortura, perseguições étnicas e outras formas de desrespeito aos direitos humanos.
Não nos basta ter um Brasil em franco desenvolvimento econômico. Queremos também um Brasil respeitado por ter um governo sério, ético e comprometido com a democracia.
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