quinta-feira, 24 de novembro de 2016

JOIA É UM BEM SUPÉRFLUO?

     Muita gente provavelmente responderia à pergunta acima de modo afirmativo. Afinal, ninguém morre por não ter numa joia ou por perder uma joia que tinha. Mas, analisando o caso mais profundamente, vê-seque a resposta não é tão simples assim.
A criação de uma joia envolve, em termos bem resumidos, o trabalho do designer que a desenha no papel, do profissional que executa aquele projeto e por fim do joalheiro que vai vender a joia pronta.
Se ela inclui uma pedra preciosa, o que é normal, deve-se considerar o trabalho do garimpeiro que extraiu a pedra e as despesas que ele teve com equipamento e material de consumo. Se a gema foi produzida por uma empresa, há, além dessas despesas, também gastos com mão de obra, salários, impostos, taxas, etc.
Mas, a pedra preciosa não vai diretamente da mina ou garimpo para as mãos de quem cria ou produz a joia. Ela precisa ser lapidada. E, com o trabalho do lapidador, vêm também custos de material de consumo, equipamento, impostos, talvez aluguel, etc.
Além da lapidação, muitas gemas passam por processos de tratamento para melhorar ou modificar alguma propriedade física (geralmente a cor). E isso requer mais tecnologia, mão de obra, equipamento, material de consumo, impostos, etc.
O joalheiro que vai vender a joia pronta terá também suas despesas com impostos, salários dos vendedores, manutenção do espaço físico da loja, propaganda, etc. Se for um profissional consciente e realmente preocupado com a qualidade do produto que vende, talvez contrate um gemólogo para assegurar-se de que a pedra que está vendendo é realmente o que o fornecedor de gemas lhe disse ser.
Este gemólogo, por sua vez, não nasceu sabendo Gemologia; ele fez pelo menos um curso em alguma escola ou com algum gemólogo experiente.
Se eu fosse economista, provavelmente veria várias outras ramificações dessa cadeia produtiva, mas acho que isso é suficiente para mostrar o quanto de conhecimento, trabalho, material e outras despesas há por trás da beleza de uma joia. Ou seja, o quanto de renda e absorção de mão de obra ela proporciona.

Pense nisso quando olhar uma joia numa vitrine. Pense nisso quando o preço da joia lhe parecer muito alto. E pense nisso também quando ganhar uma joia de presente.