sexta-feira, 24 de outubro de 2014

METATRONITA, UMA NOVA GEMA BRASILEIRA

   A foto abaixo mostra uma serafinita lapidada.
   Esta é um a gema que provavelmente pouca gente conhece, embora possua uma beleza surpreendente.
   É um silicato básico de magnésio e alumínio com ferro, do grupo da cloritas, uma variedade de clinocloro. 
   Ela provém da Sibéria, na Rússia, onde ocorre na localidade de Korshunouskoye.
   Sua cor esverdeada em tons variados pode ter porções de cor cinza. A serafinita não é transparente; por isso, é lapidada em cabuchão ou outras formas não facetadas. 


   A foto a seguir mostra também uma gema lapidada em cabuchão. Num primeiro olhar provavelmente passaria  por uma serafinita russa, mesmo se observada por um gemólogo experiente. Mas, não é. Trata-se, na verdade, de uma gema que ainda não está no mercado, originária do Brasil, mais precisamente de Lavras do Sul (RS).


   Quem primeiro teve a atenção despertada por ela foi Eduardo Loureiro. Sua família detém os direitos de lavra de uma jazida de talco (sim, o talco é um mineral) e ele observou aquele mineral diferente e teve a ideia de lapidá-lo para ver o que obteria.
   Devo esclarecer que o Eduardo não conhecia a serafinita. Em 7 de julho deste ano, quando ele veio me mostrar a gema que descobrira e saber minha opinião sobre ela, foi que lhe mostrei a serafinita da primeira foto e a semelhança entre as duas. Ele já a submetera a exame que conhstatou tratar-se também de clinocloro.
   A foto abaixo mostra outros dois clinocloros gaúchos, um lapidado em cabuchão e, mais à esquerda, um em estado bruto.


   Sua cor varia do verde-claro ao verde-escuro profundo, e tem dureza entre 2 e 4, informa Eduardo Loureiro.
   Abaixo, vê-se uma peça parcialmente lapidada, de cor bem escura, medindo 5 x 2 x 2,5 cm. 



Ele busca agora abrir mercado para sua gema e decidiu batizá-la de metatronita porque possui desenhos de asas e em alusão ao anjo alado Metatron, considerado Anjo Supremo, o Príncipe dos Serafins.
   Testes feitos com a metatronita mostram que, submetida a tratamento térmico, ela fica marrom (foto abaixo, peça de 33 x 18 x 3 mm). Esta cor, porém, não tem, em minha opinião a beleza da cor natural. Talvez outros tratamentos venham a proporcionar resultados melhores.


   A última foto mostra outra peça no estado bruto, esta bem maior, com 12 x 5 x 3 cm.


   Boa sorte ao Eduardo e a sua metatronita!