sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A CRATERA DO METEORO



            Uma das atrações naturais mais interessantes do estado do Arizona (EUA) é a Cratera do Meteoro (Meteor Crater).

            Existe na Terra um número significativo de crateras formadas pela queda de meteoritos, algumas delas no Brasil (São Paulo e Santa Catarina, por exemplo). Mas, essa do Arizona é a mais famosa de todas e por várias razões.

    Antes de tudo porque, por estar em um deserto, onde a erosão é mínima, está extremamente bem preservada, como mostra a foto abaixo, apesar de ter se formada há 50.000 anos. As crateras brasileiras, por exemplo, sob ação de clima tropical, sofreram profunda erosão, o que, junto com a vegetação, ajuda a mascará-las, só sendo percebidas em imagens de satélite, de radar ou fotografias aéreas.





Outra razão que torna a Cratera do Meteoro famosa é que foi a primeira a ter uma origem comprovadamente relacionada à queda de um meteorito, o que explica seu nome prosaico. Graças ao empenho de Daniel Barringer, que, a partir de 1903, ali investiu muito tempo e dinheiro, pôde-se provar que ela havia sido formada pelo impacto de um grande meteorito. Ele dedicou os últimos 26 anos de sua vida a provar isso e a tentar recuperar o grande volume de metal que ele imaginava estar no subsolo da cratera. Surgiu assim uma nova ciência, chamada Meteorítica. E é por isso que a cratera é também conhecida como Cratera de Barringer.
Os descendentes de Barringer honraram seu legado de luta e a Cratera do Meteoro é ainda uma propriedade particular administrada pela sua família, aí incluídas todas as instalações do local. 
O meteorito que caiu no local tinha aproximadamente 50 m de diâmetro e deslocava-se com a velocidade de 40.000 km/h. Era do tipo siderito, isso é, formado por ferro e níquel Estima-se que o volume de metal nele contido daria para fabricar 42.000 automóveis. Na foto abaixo, vê-se o maior dos fragmentos recuperados do meteorito.






 

A cratera fica próximo à cidade de Winslow, mas pode-se acessá-la a partir de Flagstaff (56 km de distância), bom ponto de partida para visitar também o Grand Canyon do Colorado, a Sunset Crater, as lindas formações rochosas de Sedona, e outras atrações naturais do Arizona.
A estrutura geológica tem quase 1.245 m de diâmetro e 165 m de profundidade. O choque do meteorito deslocou 175 milhões de toneladas de rocha. Ela pode ser visitada descendo até ao centro, andando ao longo de seu bordo ou, se o tempo não estiver bom, através de uma área envidraçada.
Um aspecto curioso é que a cratera, em vista aérea, é mais quadrada do que circular (ver foto abaixo, da Wikipedia). Isso se explica pelo sistema de juntas (fraturas) de suas rochas. É o que os geólogos chamam de controle estrutural.


 



O terreno lembra a superfície da Lua e foi usado pela Nasa para treinamento de astronautas do Projeto Apolo. Por isso existe ali um memorial aos astronautas norte-americanos (Parede da Fama do Astronauta Americano), com o nome de todos eles gravados em uma parede e exibição de uma réplica da cápsula que usaram em para treinamento de voos espaciais.

 




            Além desse memorial, o local abriga um cinema para 80 espectadores, que exibe um documentário de 10 minutos, restaurante, loja de presentes e um interessante museu.
A loja é excelente para quem deseja comprar minerais para coleção, fósseis e, é claro, variados objetos sobre meteoritos.  Uma das coisas mais interessantes é uma coleção de oito pequenos cartões que mostra como deve ter sido a queda do meteorito que formou a cratera no momento do impacto e nos 10 minutos seguintes.
Em 30 de junho de 1908, outro grande meteorito caiu em Tugunska, na Sibéria (Rússia). A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilômetros quadrados.  Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 - 10 km, devido ao atrito da entrada na atmosfera. Diferentes estudos concluíram que objeto media algumas dezenas de metros.
A explosão liberou uma energia equivalente a mil bombas como a lançada sobre Hiroshima e derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2.150 quilômetros quadrados. Os troncos da foto, expostos no museu da Cratera do Meteoro, são alguns daqueles 80 milhões.