segunda-feira, 26 de março de 2012

O TRONCO FÓSSIL DO PARQUE FARROUPILHA





         Dia 20 de junho do ano passado, denunciei neste blog que Porto Alegre possuía uma interessante atração geológica que os porto-alegrenses não viam, um tronco fóssil de 200 milhões de anos de idade, localizado no Parque Farroupilha. E expliquei que os frequentadores do parque não o viam porque, embora estivesse bem à vista, nada havia que o identificasse, de modo que as pessoas pensavam ser um tronco de uma árvore atual, que morrera.
Fiz a denúncia sem esperança que a situação mudasse, pois várias tentativas anteriores de mostrar à administração municipal a necessidade de identificar aquele valioso fóssil haviam dado em nada.  Mas, para minha surpresa e satisfação, o texto do blog teve uma repercussão muito grande, principalmente entre os geólogos, que me enviaram muitos e-mails.
As novidades surgiram mesmo, porém, quando uma jornalista leu o artigo no blog  e me informou, já no dia seguinte, estar encaminhando o assunto à assessoria do prefeito José Fortunati. No dia 22, um geólogo da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), responsável pelo Parque Farroupilha, me ligou dizendo que ia ser criado um grupo de trabalho para decidir a melhor maneira de identificar o tronco fóssil e outros dois fragmentos menores que havia no mesmo parque. Disse que iriam além: fariam uma limpeza no tronco e criariam um painel mostrando o processo que levou à formação daquele fóssil.
Fiquei contente por ver que finalmente estava sendo dada a devida atenção ao problema e se estava buscando uma solução, melhor até do que eu esperava.
No dia 3 de agosto, o mesmo geólogo da Smam me informou já estar aprovada a verba para a identificação do tronco e para o painel descritivo do processo de fossilização.
No dia 8, fui ao parque, na esperança de já ver alguma coisa feita, mas tudo estava do mesmo jeito. Aproveitei, porém, para fazer uma rápida pesquisa. Parei com minha bicicleta nas imediações do tronco e fiquei observando o comportamento do público. Dos 150 primeiros adultos que passaram por ali, nenhum, absolutamente nenhum olhou para o tronco. Como eu sempre imaginara, todos pensavam que aquilo era uma árvore seca atual, não um fóssil de 200 milhões de anos.
No dia 2 de setembro, um mês depois de aprovada a verba, o geólogo da Smam me convidou para uma reunião no próprio parque. Estiveram presentes também outros dois funcionários daquela secretaria, uma assessora de Comunicações e um funcionário que trabalha no parque há muitos anos.  Com este último, que conhece bem a realidade do local, ficou acertado como seria feita a identificação do fóssil e onde ficaria o painel descritivo do processo de fossilização. Naquela mesma reunião, foi feita uma escovação do tronco para remoção da sujeira (que era pouca) e dos liquens (que eu teria deixado).
Desde aquele dia, com o tronco limpo, a verba aprovada e o projeto definido, passaram-se quase sete meses. Sabem o que aconteceu nesse período ?  Nada !  O tronco fóssil permanece sem identificação e, é claro, continua sendo totalmente ignorado pelos porto-alegrenses.
Pra mim, deu ! Quem quiser que leve agora adiante essa bandeira.

quarta-feira, 21 de março de 2012

UMA GEMA RARA MAS NÃO TANTO

      
            Se você nunca ouviu falar numa pedra preciosa chamada larimar, não se surpreenda.  Ela raramente é vista no Brasil e mesmo nos livros de Gemologia.
            Até hoje essa gema só foi encontrada e, portanto, só é produzida na República Dominicana. Bem, pensará você, isso então explica por que ela é tão pouco conhecida.  Era o que eu pensava também.  Mas, já não penso assim.
            No mês passado, descobri que peças de adorno pessoal feitas com larimar são muito abundantes nos países do Caribe, nas lojas existentes nos navios de turismo que por ali navegam e até mesmo no Havaí, lá do outro lado da América do Norte. Portanto, se a larimar é pouco conhecida por aqui é porque nossos joalheiros e designers de joias ainda não a descobriram.
            Vi muita oferta dessa pedra em Philipsburg (St. Martin), onde uma placa polida de 5 x 3 x 4 cm custa 30 dólares; em San Juan (Porto Rico); Basseterre (São Cristóvão e Nevis) e Labadee (Haiti).
Larimar bruta
            Larimar é uma variedade azul-clara de pectolita. Não é transparente, daí ser usualmente lapidada em cabuchão ou na forma de objetos decorativos.
            A pectolita é um silicato básico de sódio e cál­cio – NaCa2Si3O8(OH) – que forma massas fibrosas compactas, de fibras paralelas ou não, cinzentas ou esbranquiçadas, podendo ser também incolores e rosadas. Ela tem brilho sedoso e costuma ser translúcida. Excetuando a variedade de que falamos acima, raramente é usada como gema.