terça-feira, 28 de setembro de 2021

NÓS E AS ROCHAS

 

Todas as rochas pertencem a uma de três categorias: ígneas, metamórficas ou sedimentares.

​Rochas ígneas são aquelas primárias, as que se formam pelo resfriamento e solidificação de um magma, no interior da crosta terrestre (como o granito) ou na superfície (como o basalto). 

    Rochas metamórficas são aquelas que se formam por alterações físicas e/ou químicas de uma rocha pré-existente, principalmente por ação de pressão e calor.  Exemplos bem conhecidos são o mármore e o gnaisse.  

     Rochas sedimentares são as formadas pela desagregação, transporte, deposição e compactação de fragmentos de rochas pré-existentes, chamados sedimentos (o processo pode ser diferente, mas estas são de longe as mais importantes). Exemplo bem conhecido é o arenito, que se forma pelo transporte, deposição e compactação de areias.

    Qualquer um desses tipos de rocha pode ser transportado por uma placa tectônica e chegar a uma zona de subducção, onde mergulha rumo ao manto terrestre, e ali funde para depois ressurgir em algum lugar da crosta como nova rocha ígnea. 

Algumas semanas atrás, acordei no meio da madrugada pensando que nós somos, de certa maneira, como as rochas. No nosso nascimento, infância e juventude, somos rochas ígneas: jovens, fortes, vigorosos, cheios de energia. Somos o início de um processo que é a nossa vida na Terra. 

Na idade adulta, somos mais como rochas metamórficas, carregando  conosco as marcas das transformações que sofremos ao longo da vida. Marcas deixadas pelas pressões a que fomos submetidos, pela dor, pelo sofrimento, pelos períodos estressantes da nossa caminhada. Mas, também marcas das mudanças que fizeram de nós pessoas mais sensíveis, mais humanas, mais tolerantes e pacientes. Pessoas em resumo, melhores. Somos, portanto, nesta fase, rochas metamórficas, que exibem o registro do que vivemos ao longo desta caminhada terrena.

   Com a chegada da velhice e antes mesmo dela, o desgaste físico e emocional a que fomos submetidos começa a se manifestar. Perdemos dentes, cabelos, massa corporal, massa óssea, altura, peso. São partes de nós que vão ficando pelo caminho. É a deterioração inevitável de uma máquina maravilhosa,  mas que tem um prazo de validade, por maior que ele seja. E esses pedaços de nós que vão ficando pelo caminho (às vezes radicalmente, através de cirurgias) são como os sedimentos, o produto da erosão natural, da nossa desagregação física. Um dia, nosso corpo sucumbirá totalmente, e tudo o que dele restou também se transformará em sedimento. 

Esses nossos sedimentos começam a passar pelo lento processo que poderá transformá-los um dia em uma rocha sedimentar. Assim como os fragmentos de rocha são transportados, depositados e compactados numa bacia sedimentar, gerando uma nova rocha, nossos atos, exemplos e obras perduram após nossa morte física e constituem nossa memória, a rocha sedimentar  que mostra quem fomos, o que fizemos, as obras e ensinamentos que deixamos.

Isto é o fim? Não! Um dia, a placa tectônica da vida levará essa rocha que fomos para uma zona de subducção, onde se desmanchará no manto do mundo espiritual. Para alguns, isso é o fim da nossa estada na crosta terrestre; para outros, porém, entre os quais me incluo, é na verdade apenas um retorno. 

Os que acreditam que é não o fim de tudo, mas apenas o término de mais um ciclo, acreditam também que o magma em que nos transformamos originará um dia uma nova rocha ígnea, ressurgindo na crosta terrestre. Será então o começo de outro ciclo como rocha, ou seja, o começo de uma nova encarnação nesta nossa caminhada evolutiva sem fim. 

 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO DAS PEDRAS PRECIOSAS




O Atelier Cesar Cony promove o

CURSO DE INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO DAS PEDRAS PRECIOSAS

com um dos principais gemólogos do Brasil, Pércio de Moraes Branco (www.perciombranco.blogspot.com).

Geólogo e consultor em gemologia, Pércio é diplomado pela UFRGS, com especialização em Economia Mineral na Fundação Getúlio Vargas (Rio de Janeiro). Chefiou o projeto que elaborou o Mapa Gemológico do Estado do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além de dirigir por 12 anos o Museu de Geologia da CPRM, onde reuniu e organizou um expressivo acervo de gemas brutas e lapidadas de vários países. Pércio ministra cursos de Gmologia e é autor do Glossário Gemológico (3 edições) e do Dicionário de Mineralogia e Gemologia (em segunda edição), entre outras publicações.

Promovido pelo Atelier Cesar Cony (www.cesarcony.com), o curso, que é para iniciantes, será desenvolvido em quatro encontros (20 e 27 out / 03 e 10 nov, das 19 h às 21 h) e abordará os seguintes tópicos:

Conceitos básicos de Gemologia.

Classificação das substâncias gemológicas.

Propriedades físicas das gemas.

Noções básicas de lapidação.

Noções básicas sobre metais preciosos.

Gemas mais importantes, naturais, orgânicas, sintéticas, tratadas e artificiais.

Você que é designer de joias, colecionador, joalheiro ou mesmo leigo no assunto, mas, de alguma maneira, sente-se tocado pelo encantamento e pela beleza das pedras preciosas, terá, neste curso,  uma rara oportunidade de mergulhar neste universo encantador!

Mais informações em em https://cutt.ly/TW73AnN  

Pércio de Moraes Branco

Accredited Jewelry Professional pelo GIA (Gemological Institute of America).

Ministra cursos de Gemologia no Brasil e no exterior (Argélia, 2012).

Autor de cinco livros técnicos, dois de história e um de memórias profissionais e com mais de duzentos artigos publicados sobre Gemologia.

Participou da equipe de revisão técnica da obra Ciência dos Minerais e do livro Minerais e Pedras Preciosas do Brasil.

Foi presidente por vários anos da Comissão Técnica de Gemas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Consultor de Gemologia do Portal das Joias, onde publicou mais de cem artigos, entre 2003 e 2012.

Redigiu 3.431 verbetes de Gemologia, Mineralogia e Geologia para o Dicionário Houaiss.

Desde 2010, mantém o blog perciombranco.blogspot.com, onde já publicou mais de 100 artigos, principalmente sobre Mineralogia e Gemologia.