terça-feira, 16 de novembro de 2010

UMA GERAÇÃO EM DOIS TEMPOS

Os brasileiros que estão na faixa dos 60-70 anos são de uma geração que foi criada aprendendo que devia ceder a vez para os mais velhos. Os pais e avós vinham em primeiro lugar em tudo, eram superiores, eram enfim as pessoas mais importantes do grupo familiar. As crianças eram “projeto de adulto”.

Na década de 60, a Psicologia veio mudar isso e dar muito mais importância à criança. Ela deixou de ser um projeto de adulto para ser uma pessoa com sua própria personalidade e necessidades, que devia ser entendida e apoiada, com direitos que deviam ser respeitados desde o nascimento.

Com isso, os pais das décadas seguintes, foram uma geração-sanduíche, que cresceu aprendendo a ceder a vez a seus pais e, quando chegou a vez de serem eles as pessoas prioritárias, cederam a vez para os filhos, conforme ensinava a nova Psicologia.

Essa condição, digamos injusta, está sendo, porém, recompensada agora que eles chegaram à condição de avós. Nunca os avós brasileiros viveram tanto e tão bem como atualmente. Nunca tiveram tanta saúde e disposição como agora. Nunca foram tão ativos e participativos como hoje. Os avós deixaram de ser aquelas pessoas que ficavam em casa lendo jornal, assistindo a TV, brincando com os netos (quando eles os vinham visitar). Hoje, eles saem, praticam esportes, frequentam academias de ginástica, viajam, continuam trabalhando, e tudo isso com uma saúde que as gerações passadas não tinham.

Assim, se perderam os privilégios que tradicionalmente eram concedidos aos pais, em compensação estão inaugurando uma saudável e maravilhosa fase em que ser avô é tudo de bom e não tem nada a ver com ser velho.

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