sexta-feira, 1 de novembro de 2024

AS MARAVILHOSAS PEDRAS PRECIOSAS DA SMITHSONIAN INSTITUTION

 

Em Washington, capital dos Estados Unidos, há uma quantidade enorme de museus, como o Museu de Arte das Américas, o Museu do FBI e o Museu do Povo Palestino por exemplo. Todos os museus públicos da cidade oferecem ingresso gratuito e pode-se fotografar livremente o acervo.

No universo museológico da capital americana, destaca-se muito a Smithsonian Institution, um complexo de nada menos de dezenove museus!   Só consegui visitar poucos deles, mas o Museu de História Natural visitei três vezes. Destaco nele a coleção de meteoritos (acho que é a maior do mundo) e uma impressionante coleção de pedras preciosas, brutas e lapidadas.  Algumas delas vou mostrar a seguir.  

Muitas das gemas fantásticas que lá existem foram encontradas no Brasil. Seria muito bom, é claro, se elas estivessem em exibição aqui e não lá. Mas, saber que estão num museu como aquele nos dá garantia de que serão muito bem preservadas e, mais do que isso, nos mostra o real valor das peças brasileiras. Se estivessem em exposição aqui, acharíamos todas surpreendentes, mas lá, ao lado de gemas do mundo inteiro, é que se tem a real importância de que se revestem no cenário museológico internacional. 

A seleção aqui apresentada não foi feita priorizando as gemas do nosso país, mas simplesmente as maiores e/ou mais bonitas.

           O símbolo ct significa quilate e equivale a 200 mg (0,2 g).

  

 Blue Hope  - Famosíssimo diamante, tido como o maior do mundo com cor azul. Esta foto reproduz a que está no mouse pad que uso todos os dias, e que comprei lá naquele museu. O Blue Hope pesa  45,52 ct e foi encontrado na Índia. Tem uma longa história, que começa em 1666, quando foi comprado pelo francês Jean-Baptiste Tavernier. Teve vários donos, o último dos quais, o joalheiro Harry Winston, o doou à Smithsonian Institution em 1958. 

 


 Esfera de quartzo –esfera absolutamente límpida, sem nenhum defeito. É a maior do mundo com essa qualidade. Mede 32,7 cm de diâmetro e pesa nada menos de 48,5 kg.  Olhando-a, me parecia impossível pesar tanto. Mas, usei a fórmula para cálculo do volume de uma esfera e a densidade do quartzo e fiz as contas. O peso é exatamente aquele. Ela provém provavelmente de Myanmar, mas foi lapidada na China entre 1923 e 1924.

 

 Esfera facetada de topázio – esta outra esfera é de topázio, procedente do Brasil. Pesa 12.555 quilates (2,5 kg) e foi lapidada em Idar-Obersteim, na Alemanha, cidade historicamente famosa pela lapidação de gemas.

 

 Esmeralda Chalk – esmeralda de 27,8 ct, procedente da Colômbia, país que produz as melhores esmeraldas do mundo.

 

Heliodoro brasileiro – maravilhoso heliodoro (variedade de berilo, como a esmeralda e a água-marinha), de 2.054 ct, procedente de Itinga, MG. A qualidade da foto é muito ruim porque, além de a gema estar dentro de um expositor fechado, foi fotografada em 2006, com uma máquina fotográfica digital, avançada para a época mas muito inferior à dos celulares de hoje.

  

American Golden Topaz – topázio brasileiro considerado uma das maiores gemas lapidadas do mundo. Pesa 22.892 ct (4,6 kg!), tem 172 facetas e foi encontrado em Minas Gerais. No estado bruto, pesava 11,8 kg (é normal com a lapidação o peso de uma gema ficar reduzido à metade aproximadamente). O trabalho de lapidação, executado por Leon Agee, durou dois anos (o topázio tem uma direção de clivagem perfeita, o que torna sua lapidação uma operação delicada).

 

 Diamantes - o diamante bruto amarelo da esquerda, é o Oppenheimer, de 253,7 ct (a maioria dos diamantes brutos comerciais pesa 0,3 a 1,0 ct). O outro é um diamante português lapidado de 127,01 ct. É o maior diamante lapidado da Smithsonian (pelo menos era em 2006).

  

Quartzo com rutilo – grande bloco de quartzo no estado bruto contendo agulhas de rutilo, procedente de Diamantina (MG). Mede 35 cm x 22 cm x 10 cm.

 


 Rubi Carmen Lúcia - gema lapidada de 23,1 ct, de cor belíssima, procedente de Myanmar. Ela foi doada ao Museu de História Natural pelo Dr. Peter Buck, em memória de sua esposa, a brasileira Carmen Lúcia Buck.  (Foto: Smithsonian Institution) 

 

Safira Logan – gema lapidada de 423 ct, procedente do Sri Lanka. É uma das maiores safiras azuis lapidadas do mundo. Doada à Smithsonian por Rebecca Logan. (Foto: Wikipedia)

  

Tanzanitas – a tanzanita é uma gema muito rara até hoje encontrada apenas na Tanzânia. Elas pesam no total 15 ct e estão circundadas por diamantes que totalizam 24 ct. 

 

Topázio amarelo bruto. Cristal de 50,4 kg, descoberto em Minas Gerais.

 

 

Topázio rosa bruto Cristal de 31,8 kg, procedente também de Minas Gerias.  O cristal ao fundo é o topázio amarelo da foto anterior.

  

 Topázios brasileiros irradiados – belíssimos topázios cuja cor original foi alterada através de irradiação. O da esquerda pesa 7.033 ct e o da direita, 571,5 ct. Ambos procedem de Minas Gerais.

  

Outros topázios brasileiros - mais dois enormes topázios brasileiros de Minas Gerais, o da esquerda, com sua cor natural e o da direita, após tratamento por irradiação. O de cor natural pesa 7.725 ct e o outro, 2.470 ct.

 

Rosser Reeves - rubi de 138,7 ct, com asterismo, proveniente do Sri Lanka. (Foto: Smithsonian Institution)

 

 


Estrela da Ásia - safira de 330 ct, com asterismo, encontrada em Myanmar. (Foto: Smithsonian Institution)

  

Água-Marinha Dom Pedro – esta incrível água-marinha é a maior do mundo com qualidade gemológica. Pesa cerca de 2 kg (10.000 ct) e tem cerca de 35 cm de altura. Foi encontrada em Pedra Azul (MG), na década de 1980 e pesava, no estado bruto, 45 kg.  Foi lapidada nesta forma de obelisco na Alemanha, por Bernd Münsteiner. (Foto: Smithsonian Institution) 

         Quer ver mais gemas lindas daquele museu?  Acesse o site   https://naturalhistory.si.edu/explore/collections/geogallery


  Fotos: Pércio de Moraes Branco, salvo indicação em contrário. 


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