Guerras causam destruição e mortes. Guerras
destroem pontos vitais para o domínio do inimigo, como instalações militares e
aeroportos. Nunca, porém, associei guerras com destruição de museus, mesmo
tendo dirigido o Museu de Geologia da CPRM por doze anos. Mas, elas podem, sim,
destruí-los. E destroem.
Neste
momento em que a Rússia bombardeia a Ucrânia e tenta dominar sua capital, é bom
lembrar o que guerras já fizeram em termos de destruição de acervos mineralógicos
que existiam em museus de muitos países.
Segundo o World Directory of Mineral Collections*, 23
museus de dez países foram parcial ou totalmente destruídos durante guerras,
vinte deles durante a II Guerra Mundial.
Alguns
poucos acervos de minerais não chegaram a ser destruídos, mas tiveram que ser removidos
para local seguro, o que ocasionou perdas e danos, até pela pressa com que isso
provavelmente precisou ser feito.
O
país que teve mais museus destruídos por bombas foi a Alemanha (9), seguindo-se
HungrIa (4) e Polônia (3).
A
tabela abaixo mostra quais museus foram atingidos e de que maneira.
Esperamos
que a invasão russa acabe logo e que não vejamos nenhum museu mais destruído por
invasores.
PAÍS |
MUSEU |
SITUAÇÃO EM
QUE FICOU |
REPÚBLICA CHECA |
Instituto de Química Tecnológica de
Praga |
Virtualmente destruído durante a ocupação na II Guerra Mundial. Restaurado em 1948. |
FRANÇA |
Museu de História Naturalde Le Havre |
Bombardeado em setembro de 1944.
Reconstrução iniciada em 1950.. |
ALEMANHA |
Instituto e Museu Mineralógico e Petrológico da Universidade de Bonn |
Grande parte do prédio e do acervo
destruídos em fevereiro de 1945. |
“ |
Museu Estadual de Mineralogia e
Geologia de Dresden |
Destruído em 1945. |
“ |
Museu de História Natural de Freiburg
em Breisgau |
Parcialmente destruído na II Guerra Mundial. |
“ |
Museu de História Natural de Gera |
Totalmente destruído na II Guerra Mundial, em 1945. |
“ |
Museu Mineralógico da Universidade de
Colônia |
Maior parte destruída na II Guerra Mundial. |
“ |
Coleção de Minerais e Rochas da
Universidade de Leipzig |
Prédio e acervo destruídos na II Guerra Mundial, em 1943. |
“ |
Museu de História Natural de
Stuttgart |
Parcialmente destruído na II Guerra Mundial. |
“ |
Coleção e Exposição Mineralógica daUniversidade de Tübingen |
Acervo removido na II Guerra Mundial. |
“ |
Museu Mineralógico da Universidade de
Würzburg |
Acervo removido na II Guerra Mundial. Perdas por saques. |
HUNGRIA |
Departamento de Mineralogia da
Universidade de Loránd |
Coleção desmontada na Guerra da Independência, em 1850-1894. |
“ |
Departamento de Engenharia Geológica
da Universidade Técnica de Budapest |
Sérios danos sofridos durante a II
Guerra Mundial. |
“ |
Escola Secundária do Colégio Reformado
de Debrecen |
Sérios danos sofridos durante a II
Guerra Mundial. |
“ |
Departamento de Mineralogia e
Petrografia da Universidade de Miskolc |
Sérios danos sofridosem 1920, durante mudança forçada. |
ITÁLIA |
Departamento de Georrecursos e Território
da Universidade Técnica de Turin |
Perdas irreparáveis no bombardeio de 8 de dezembro de 1942. |
POLÔNIA |
Museu de Depósitos Minerais da Universidade Técnica Silesiana,
em Gliwice |
Restos das coleções destruídas deste e de outros museus, foram reunidos, após a II Guerra Mundial, em Gliwice, dando origem ao novo Museu da Mineração e Geologia. |
“ |
Museu Geológico do Instituto Geológico
Estadual de Varsóvia |
Acervos muito valiosos e o próprio prédio em que estavam foram severamente destruídos naII Guerra Mundial. |
“ |
Museu Mineralógico do Instituto de Ciências
Geológicas de Breslávia |
No final da II Guerra Mundial, a parte mais importante do acervo foi removida de Breslávia e depositada em igrejas de Swierzawa e Strzegom. |
ROMÊNIA |
Museu Mineralógico da Universidade
Babes-Bolyai |
Entre 1940 e 1944, os acervos foram transferidos para Timisoara. |
RÚSSIA |
Museu Geológico Vernadsky , de Moscou |
Acervos destruídos durante a guerra de 1812. |
ESLOVÁQUIA |
Museu Nacional Eslovaco de Bratislava |
Acervos destruídos durante a II Guerra Mundial. |
INGLATERRA |
Museus e Galeria de Arte de Bristol |
Em novembro de 1940, a maior parte do
acervo de minerais foi destruída por
bombas. |
(*)
International Mineralogical Association.
World Directory of Mineral
Collections. Tucson (AZ), Mineralogical Record, 1994.
293 p.
Prezado Prof. Pércio, Bastante interessante o assunto de seu post. Mas tenho a lhe dizer que não é só guerras que acabam com coleções de minerais. Uma separação conjugal arrasou com parte de minha coleção de minerais e destruiu completamente o arquivo de meu banco de dados. Tanto é que ainda hoje estou tentando colocar em ordem o estrago feito.
ResponderExcluirForte abraço!
Muito lamentável, Fernando. A separação por si só já é traumática ou pelo menos complicada. Quando se dá assim, é desoladora.
ResponderExcluirVá com calma refazendo tudo. O entusiasmo há de voltar. Um abraço.
Sempre com palavras sábias professor!
ExcluirForte abraço.
Stou muito preocupados com às pedra tenho mais pedras preciosas para vender mais não consegui resolver mais rápido possível para Quim presisar para me contacta com sta número+244942032515
ResponderExcluirPrezado Pérsio,
ResponderExcluirmais uma vez você nos brinda com um artigo de excelente qualidade e muito útil para todos aqueles que gostam de minerais. Eu conheço alguns desses museus e sempre que viajo vou conhecer alguns mais. Só a título de informação, parece que o Museu da Academia de Ciências de Filadélfia foi desativado há alguns anos, pois muitas de suas peças estavam sendo vendidas pelos grandes negociante de minerais dos EE,UU, mas não sei se foi a totalidade dele.
Caro Prof. Pércio, li com interesse seus comentários sobre os Museus que visitou em vários lugares do mundo. Sei que é apaixonado pela CRISTALOGRAFIA e MINERALOGIA. Meus cumprimentos pela oportunidade que teve de visitar tantos Museus e publicar suas observações. Nada sobre os nossos museus, especialmente o de Ouro Preto? Mas, reli o título e vejo que suas observações são coerentes com o mesmo. Grande abraço e sucessos em suas pesquisas.
ResponderExcluir