Sempre gostei de museus e eles fizeram parte da minha vida mais do que nunca entre 1994 e 2007, quando fui convidado a criar e dirigir um museu dessa natureza, o Museu de Geologia da CPRM. Eu colecionava minerais havia 27 anos e organizar o Museu foi como organizar e exibir uma coleção, que era pequena mas se tornou maior.
Sempre preferi os museus de
História Natural, Geologia, Paleontologia e Ciências porque estão diretamente
relacionados à minha profissão e porque, a partir de 1994, passaram a estar
relacionados também à minha atividade de trabalhador em museu. Por isso, nas
viagens que fiz pelo Brasil e no exterior, sempre que pude visitei museus principalmente
desse tipo.
Uns três anos atrás, ganhei de presente do meu filho o livro World Directory of Mineral Collections, editado pela International Mineralogical Association (IMA). Trata-se de um cadastro de museus não especificamente de Mineralogia, mas que possuem acervo de minerais. Por isso, ele apresenta informações minuciosas sobre acervos de minerais, mas também de rochas, meteoritos, tectitos e gemas. Além disso, informa o número de visitantes que o museu recebe por ano, um resumo da sua história e o que ele possui de mais significativo em seu acervo. Informa ainda se está aberto ou não à visitação pública e o horário para isso. A obra traz também os nomes das pessoas responsáveis pelo museu, telefones para contato e informações sobre catálogos do acervo.
É um livro de consulta, sem
nenhuma foto, mas traz informações muito importantes, até para nos situarmos, como
brasileiros, no universo museológico internacional.
O exemplar que possuímos é da terceira edição, de 1994, o que permite supor que pelo menos mais uma edição tenha sido publicada. Ele traz informações sobre 445 museus de 32 países. Só foram incluídos países onde a IMA tem representantes, pois só a estes foi enviado um formulário para ser preenchido com os dados dos museus daquele país.
A obra inclui apenas museus
públicos, sem coleções particulares. Eles são apresentados em ordem alfabética
de país e, para cada país, em ordem alfabética pelos nomes dos museus.
Não é estabelecido nenhum rank, nenhuma classificação por
acervo, público visitante, antiguidade, etc.
As classificações apresentadas a seguir são fruto de demorada compílação
de dados que eu fiz, com elaboração de dez tabelas diferentes.
O país com mais museus incluídos
na obra - 63 - são os Estados Unidos, o
que não é surpresa, até porque o livro foi publicado lá. Seguem-se Alemanha
(58), Austrália (31), Itália (30), Rússia (26), Reino Unido (24), Áustria (23),
França (20), Canadá (18) e Suíça (15). Estes são os dez primeiros. O Brasil vem
em 12º lugar com 13 museus.
O Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution (Washington, DC), que já visitei três
vezes, está em primeiro lugar em número de minerais no acervo (350.000 peças) e
em público visitante (6 milhões de visitantes por ano). A seguir vem o Museu de História Natural de Londres, que
foi desmembrado do Museu Britânico e que possui 325.000 minerais.
O Museu Americano
de História Natural, de Nova York, um dos melhores que eu já conheci,
possui a segunda maior coleção de minerais dos EUA e a terceira maior do mundo.
Tem a segunda maior coleção de meteoritos do mundo e o maior meteorito conhecido exposto em ambiente fechado.
O Museu de História Natural de Viena (Áustria) é o campeão em número
de meteoritos (6.200), seguido pelo museu
da Smithsonian Institution, com 6.000. Talvez o museu de Viena inclua
tetctitos entre os meteoritos, pois sempre ouvi falar que o maior acervo é o da
Smithsonian.
Em número de tectitos
especificamente o campeão é o Museu Nacional
de Praga, com, 13.000 tectitos. Ele é o primeiro colocado também em número
de gemas, com 20.000 peças. Em segundo lugar, com muito menos (10.000), está o
já citado museu da Smithsonian Institution.
O Museu Hunteriano,
de Glasgow (Escócia) é o primeiro em amostras de rocha, com nada menos de
535.000 amostras. Após ele, vem o Museu
Geológico da Central de Pesquisa Chernyshow, de São Petersburgo (Rússia),
com 469.700 amostras de rocha.
Surpreendentemente, vê-se que há museus com bons acervos,
mas que não estão abertos ao público e, ao contrário, museus com acervos que
não são excepcionais, mas que recebem
público muito grande. Um exemplo destes últimos é o Museu Nacional da Ciência, de Tóquio, que tem um acervo
relativamente modesto, mas que recebe um milhão de visitantes por ano, talvez
por se incentivar muito a visitação por estudantes.
Ótima dica....
ResponderExcluirObrigado, Leo.
ExcluirParabéns Pércio
ResponderExcluirSempre compartilhando e divulgando os conhecimentos das geociências.
Obrigado, amigo(a). Um abraço.
ExcluirFui informado que não existe nenhuma edição mais recente que esta do cadastro de Museus da IMA.
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