Senhor,
consciente da minha fragilidade e das minhas imperfeições, me ajoelho diante de
ti e te peço que me ajudes a ser um espírito melhor.
Faze-me, Senhor, simples como o cristal
de rocha, comum e barato, mas que pode surpreender por seu brilho e
transparência.
Dá-me a modéstia da ágata, que
também tem preço baixo, mas que fascina por suas cores e formas maravilhosas.
Neste
mundo de provas e expiações em que estou, dá-me a elevada dureza do diamante
para que não me arranhem as garras da injustiça e da iniquidade.
Faze-me,
Senhor, eu te rogo, como a esmeralda, tão admirada ainda que com tantos
defeitos internos.
Se
a raríssima turmalina Paraíba foi descoberta em dois estados pobres do Brasil
e em dois países pobres da África, me ensina a nunca menosprezar quem vêm de
regiões remotas do nosso país, do nosso continente, do nosso planeta. Ao
contrário, lembra-me sempre que o atraso do lugar em que nascemos não é obstáculo
intransponível ao nosso crescimento moral e intelectual.
Dá-me,
Senhor, a transparência dos mais puros cristais para que meus irmãos de
caminhada percebam a sinceridade dos meus atos.
Que
os milhões de anos de idade das gemas que admiro me lembrem quão infinita é
minha caminhada evolutiva, através de incontáveis passagens pelo mundo físico.
Que
eu lembre também que posso ter nascido uma gema valiosa, mas que cabe tão
somente a mim promover minha própria lapidação, livrando-me dos meus múltiplos
defeitos.
Se
não posso, Pai, ser um raro cristal de ouro, que eu aceite ser um modesto cubo
de pirita.
Se
eu não posso ser uma valiosa pérola, que eu aceite ser a modesta madrepérola
que a protege.
Se
eu não posso ser uma gema com dezenas de facetas, que eu aceite ser um modesto
cabuchão.
Que
eu seja capaz de atrair como a magnetita, mas somente irmãos de luz, que se
aproximem para tornar-me um ser humano melhor.
Que eu seja, Pai, flexível como a
crocidolita, mas, como ela, resistente até ao fogo.
Se eu me mostrar frágil como as
delicadas agulhas de rutilo, que teu manto protetor me envolva como um belo
cristal de rocha.
Que eu esteja enfim, Senhor,
sempre consciente de minhas falhas e limitações, mas com a certeza de que posso me lapidar e
brilhar muito, como é e sempre foi o teu desejo.
Amém.
Que assim seja!
ResponderExcluirAutor??
ResponderExcluirO autor sou eu, Bruno.
ExcluirLindo e muito delicada esta prece cristalina de um geólogo!
ResponderExcluirObrigado, Thelma. Um grande abraço.
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