sexta-feira, 19 de maio de 2017

DESTAQUES DA EXPOSOL 2017


            O município de Soledade (RS) realiza, todos os anos, no início de maio, a Exposol – Feira Internacional de Joias, Gemas e Minerais.  Segundo seus organizadores, é a maior feira do gênero na América Latina.
Teófilo Otoni (MG) realiza feira semelhante, a FIPP – Feira Internacional de Pedras Preciosas, no mês de agosto (a próxima será de 16 a 20 daquele mês) e, segundo os mineiros é a maior feira de joias, gemas e minerais do Cone Sul, destacando que o evento se realiza na fonte, ou seja, na própria região produtora do material exposto.
Pouco importa saber qual das duas feiras é a maior, pois ambas são muito importantes e atraem expositores de vários países. E é normal que sejam os dois maiores eventos desse setor já que Minas Gerais e o Rio Grande do Sul são os principais produtores de gemas do Brasil, destacando-se Minas Gerais pela grande variedade das pedras preciosas e o Rio Grande do Sul, pelo grande volume comercializado, embora este estado produza basicamente apenas ágata, ametista e citrino.


Participaram da Exposol 2017  65 expositores, 31 de Soledade, dezesseis de outros municípios gaúchos, dezesseis de Minas Gerais e dois do Peru.
Os expositores trouxeram, como sempre, lindas peças de minerais brutos, gemas, joias, bijuterias e objetos decorativos feitos com minerais e rochas. Meu interesse maior sempre é pelos minerais no estado bruto, mas é impossível deixar de admirar os outros produtos, comercialmente mais importantes por terem maior valor agregado.
Apesar da crise financeira da qual só agora o país está saindo, os organizadores da Exposol mostraram-se muito satisfeitos com os resultados do evento, tanto em número de visitantes quanto no volume de negócios realizados.
Vejam a seguir algumas das peças em exposição que mais me chamaram a atenção.



 O quadro acima foi feito com chapas polidas de ágata e tem iluminação na parte posterior É produzido pela RDF Pedras, mede aproximadamente 25 x 50 cm. Estava à venda por 400,00.
Sou bastante exigente com relação a animais feitos com pedras, mas esta peça linda mostra uma drusa de cristal de rocha em cristais pequenos e, sobre ela, beija-flores feitos com diversos minerais.  É um produto da Style Art, mede 35 x 35 cm e estava à venda por R$ 1.800,00. 



 Falando ainda sobre objetos decorativos, gostei muito da luminária abaixo, da Brazil Plus (Soledade). Ela é foi feita com chapas de 10 cm x 10 cm de aragonita bandada, de cores marrom-clara e bege. A peça mede 30 cm x 30 cm x 120 cm e custa R$ 3.720,00


  
A mesma Brazil Plus exibiu também esta mesa, feita com rocha (provavelmente calcário), rica em fósseis de cafalópodes. A mesa tem forma poliédrica, com 14 lados, mede cerca de um metro e foi importada do Marrocos. Preço: R$ 5.950,00.



A Lodi Pedras Preciosas, da família Lodi, uma das maiores empresa do ramo em Soledade, dividiu-se em duas que vieram se somar a outras três, criadas por descendentes dos primeiros empresários da família. Assim, existem hoje e estavam presentes na Exposol, a HL Minerais, a Dijhal Gemas, a MR Lodi Stone, a MV Lodi Pedras e a V. Lodi Cristais.
A HL Minerais exibiu um fantástico lote de ágatas de cores naturais, com cerca de 1,20 m de comprimento, procedentes de um garimpo daquela região.  O lote compreende cinco peças. O preço de cada uma é US$ 10.000 e inclui o suporte metálico giratório em que a peça é exibida, mas, a empresa só estava aceitando propostas de compra do lote todo.



 A Collection of Stones, de Corinto (MG), pôs à venda o curioso quartzo véu de noiva (foto abaixo). São cristais de quartzo incolor de 10-12 cm, revestidos por microcristais brancos do mesmo mineral. 



 A mesma empresa estava vendendo as drusas de ametista abaixo, medindo 30 a 40 cm. A cor da gema não é muito boa, mas as peças se destacam pelo tamanho dos cristais, por volta de 8 cm. 



A Bagatini Pedras, de Soledade, expôs uma boa coleção de minerais e rochas, mas ela não estava à venda. É uma iniciativa merecedora de elogios exibir materiais apenas pelo seu valor didático, sem fins lucrativos. Todas as peças da coleção estavam devidamente identificadas, mas mostrei a eles que nove delas continham erros na grafia do nome, tipo raulita, em vez de howlita; rodocrozita (em vez de rodocrosita), crisopásio (em vez de crisoprásio), etc.
A foto abaixo mostra um grande bloco de sodalita e a coleção de minerais e rochas ao fundo.
           


           Geodos de ametista, é claro estão sempre presentes, grandes e belos.



           Do mesmo  modo, sempre presentes estão os geodos de citrino. Os três da foto abaixo, da HL Minerais,  são, na verdade, uma peça única.




        Uma peça bem original é este globo terrestre, em que os países são representados por diferentes minerais.


      Uma informação importante mas que nem sempre os  comerciantes de gemas e minerais para coleção sabem dar é o local de onde eles foram extraídos.  Quando perguntei isso na Exposol, sempre me responderam, mas em mais de uma oportunidade senti insegurança do expositor ao dar a informação.  Isso acontece muito também no setor de rochas ornamentais. É muito comum, aqui em Porto Alegre, por exemplo, citarem o estado do Espírito Santo como origem de muitos mármores e granitos, simplesmente porque é lá que eles os compram. Cachoeiro do Itapemirim (ES) é importante centro de beneficiamento e venda dessas rochas, mas muitas delas, embora ali industrializadas, provêm de outros municípios e estados.
            Isso, porém, não tira o brilho do belo evento que é a Exposol. Visitá-la é sempre uma grande oportunidade de se maravilhar com as lindas peças lá expostas, sem pagar nada, e tendo à disposição dezenas de estandes para fazer compras.

            Em 2018, de 3 a 6 de maio, lá estaremos de novo. 

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