O município de Soledade (RS) realiza, todos os anos, no início
de maio, a Exposol – Feira Internacional
de Joias, Gemas e Minerais. Segundo
seus organizadores, é a maior feira do gênero na América Latina.
Teófilo
Otoni (MG) realiza feira semelhante, a FIPP
– Feira Internacional de Pedras Preciosas, no mês de agosto (a próxima será
de 16 a 20 daquele mês) e, segundo os mineiros é a maior feira de joias,
gemas e minerais do Cone Sul, destacando que o evento se realiza na fonte, ou seja, na própria região
produtora do material exposto.
Pouco
importa saber qual das duas feiras é a maior, pois ambas são muito importantes
e atraem expositores de vários países. E é normal que sejam os dois maiores
eventos desse setor já que Minas Gerais e o Rio Grande do Sul são os principais
produtores de gemas do Brasil, destacando-se Minas Gerais pela grande variedade
das pedras preciosas e o Rio Grande do Sul, pelo grande volume comercializado,
embora este estado produza basicamente apenas ágata, ametista e citrino.
Participaram
da Exposol 2017 65 expositores, 31 de
Soledade, dezesseis de outros municípios gaúchos, dezesseis de Minas Gerais e
dois do Peru.
Os expositores
trouxeram, como sempre, lindas peças de minerais brutos, gemas, joias,
bijuterias e objetos decorativos feitos com minerais e rochas. Meu interesse
maior sempre é pelos minerais no estado bruto, mas é impossível deixar de admirar
os outros produtos, comercialmente mais importantes por terem maior valor agregado.
Apesar
da crise financeira da qual só agora o país está saindo, os organizadores da Exposol
mostraram-se muito satisfeitos com os resultados do evento, tanto em número de
visitantes quanto no volume de negócios realizados.
Vejam a
seguir algumas das peças em exposição que mais me chamaram a atenção.
O quadro
acima foi feito com chapas polidas de ágata e tem iluminação na parte posterior
É produzido pela RDF Pedras, mede aproximadamente 25 x 50 cm. Estava à venda
por 400,00.
Sou
bastante exigente com relação a animais feitos com pedras, mas esta peça linda
mostra uma drusa de cristal de rocha em cristais pequenos e, sobre ela, beija-flores
feitos com diversos minerais. É um produto
da Style Art, mede 35 x 35 cm e estava à venda por R$ 1.800,00.
Falando
ainda sobre objetos decorativos, gostei muito da luminária abaixo, da Brazil
Plus (Soledade). Ela é foi feita com chapas de 10 cm x 10 cm de aragonita
bandada, de cores marrom-clara e bege. A peça mede 30 cm x 30 cm x 120 cm e
custa R$ 3.720,00
A mesma
Brazil Plus exibiu também esta mesa, feita com rocha (provavelmente calcário),
rica em fósseis de cafalópodes. A mesa tem forma poliédrica, com 14 lados, mede
cerca de um metro e foi importada do Marrocos. Preço: R$ 5.950,00.
A Lodi
Pedras Preciosas, da família Lodi, uma das maiores empresa do ramo em Soledade,
dividiu-se em duas que vieram se somar a outras três, criadas por descendentes
dos primeiros empresários da família. Assim, existem hoje e estavam presentes
na Exposol, a HL Minerais, a Dijhal Gemas, a MR Lodi Stone, a MV Lodi Pedras e a
V. Lodi Cristais.
A HL Minerais
exibiu um fantástico lote de ágatas de cores naturais, com cerca de 1,20 m de
comprimento, procedentes de um garimpo daquela região. O lote compreende cinco peças. O preço de
cada uma é US$ 10.000 e inclui o suporte metálico giratório em que a peça é
exibida, mas, a empresa só estava aceitando propostas de compra do lote todo.
A Collection
of Stones, de Corinto (MG), pôs à venda o curioso quartzo véu de noiva (foto
abaixo). São cristais de quartzo incolor de 10-12 cm, revestidos por microcristais
brancos do mesmo mineral.
A mesma
empresa estava vendendo as drusas de ametista abaixo, medindo 30 a 40 cm. A cor
da gema não é muito boa, mas as peças se destacam pelo tamanho dos cristais,
por volta de 8 cm.
A
Bagatini Pedras, de Soledade, expôs uma boa coleção de minerais e rochas, mas
ela não estava à venda. É uma iniciativa merecedora de elogios exibir materiais
apenas pelo seu valor didático, sem fins lucrativos. Todas as peças da coleção
estavam devidamente identificadas, mas mostrei a eles que nove delas continham erros na grafia do
nome, tipo raulita, em vez de howlita; rodocrozita (em vez de rodocrosita), crisopásio
(em vez de crisoprásio), etc.
A foto abaixo mostra um grande bloco de sodalita e a coleção de minerais e rochas ao fundo.
Geodos de ametista, é claro estão sempre presentes, grandes e belos.
Do mesmo modo, sempre presentes estão os geodos de citrino. Os três da foto abaixo, da HL Minerais, são, na verdade, uma peça única.
Uma peça bem original é este globo terrestre, em que os países são representados por diferentes minerais.
Uma informação importante mas que nem sempre os comerciantes de gemas e minerais para coleção
sabem dar é o local de onde eles foram extraídos. Quando perguntei isso na Exposol, sempre me
responderam, mas em mais de uma oportunidade senti insegurança do expositor ao
dar a informação. Isso acontece muito também
no setor de rochas ornamentais. É muito comum, aqui em Porto Alegre, por
exemplo, citarem o estado do Espírito Santo como origem de muitos mármores e
granitos, simplesmente porque é lá que eles os compram. Cachoeiro do Itapemirim
(ES) é importante centro de beneficiamento e venda dessas rochas, mas muitas delas,
embora ali industrializadas, provêm de outros municípios e estados.
Isso, porém, não tira o brilho do belo evento que é a
Exposol. Visitá-la é sempre uma grande oportunidade de se maravilhar com as
lindas peças lá expostas, sem pagar nada, e tendo à disposição dezenas de
estandes para fazer compras.
Em 2018, de 3 a 6 de maio, lá estaremos de novo.
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