terça-feira, 14 de julho de 2015

CRISTAIS QUE NÃO SÃO CRISTAIS


           Cristal é um corpo caracterizado por uma estrutura interna regular, chamada estrutura cristalina. Isso significa que ele é formado por um arranjo ordenado de átomos, íons ou moléculas, o que não acontece, por exemplo, com madeira, plástico e vidro.


            A estrutura interna regular pode se traduzir externamente em faces planas.  A foto abaixo mostra cristais de topázio totalmente limitados por faces planas.

 


 


Como foi dito, o cristal PODE ter faces planas. O exemplo da foto acima é um cristal euédrico, mas, mesmo com estrutura interna regular, externamente o cristal pode ser totalmente irregular (cristal anédrico) ou possuir algumas faces planas, mas não todas (cristal subédrico). Alguns minerais frequentemente formam cristais euédricos. Outros, raramente.
     Abaixo, cristal subédrico de quartzo enfumaçado e cristal anédrico de bornita.
 


 
 Isso decorre das condições de formação; a falta de espaço pode impedir que o cristal se desenvolva de modo completo.

Muitas vezes se ouve a palavra cristal sendo usado como sinônimo de cristal de rocha, que é o nome dado ao quartzo incolor.  Essa simplificação não está correta e deve se evitada.

Mas, eu quero aqui falar é de materiais que são chamados de cristal e que não o são.

Um deles, bem conhecido, é o cristal da Boêmia. Esse material é chamado de cristal, mas trata-se, na verdade, de um vidro de alta qualidade, rico em chumbo, que é usado em obras de arte, vasos, cálices, etc. Sendo um vidro, não tem estrutura cristalina e, portanto, não deveria ser chamado de cristal.
A foto a seguir mostra peças feitas com esse material. (Fonte: pragaturismo.com).



Outro exemplo de material erroneamente chamado de cristal é o Murano. Murano é um arquipélago de sete ilhas da cidade de Veneza (Itália), famoso pela qualidade das obras de arte em vidro que produz. O vidro de Murano (foto abaixo) não contém chumbo, como o da Boêmia, e sim soda. Por isso, seus produtores enfatizam que ele deve ser chamado de vidro de Murano, porque, além de não ter estrutura cristalina ele não é igual ao chamado cristal da Boêmia.
 



Por fim, há o igualmente famoso cristal Swarovski.  Este nome é uma marca registrada conhecida internacionalmente e que identifica um vidro de alta qualidade criado em 1895 na Áustria, por Daniel Swarovski, para imitar o diamante. A partir de 1976, a empresa, até então apenas fornecedora de matéria-prima, desenvolveu seu próprio design e desde então abriu pelo menos seiscentas lojas em todo o mundo, seis delas no Brasil.
  Ao contrário dos anteriores, muito usados em objetos decorativos, na decoração de interiores, este material é largamente empregado para adorno pessoal. 
Abaixo, exemplo de produtos da Swarovski. (Foto:Wikipédia)



Portanto, os chamados cristais da Boêmia, Swarovski e Murano são todos vidros, ainda que de alta qualidade.
 
 
 
 

 

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